domingo, 15 de julho de 2018

Apenas um filme

Se minha vida fosse um filme
(no qual eu tivesse uma mísera participação na direção das circunstâncias
e não somente nas ações de minha personagem)
seria de comédia romântica
daquelas bem bobas. 

Ele mandaria mensagem antes do nascer do sol.
Eu estaria me aprontando para o baile de formatura. 
Ele desembarcaria no Tom Jobim ao som de Hometown Glory. 
Nos cruzaríamos numa quarta-feira bucólica em um café
e ele me contaria por onde andou todos esses anos.
Eu seria um pouco menos desarrumada, 
mais alta e teria uma melhor postura.
Ele seria atleta e mudaria o corte de cabelo, 
mas continuaria sendo de exatas. 

A trilha sonora seria Taylor Swift 
(não o sertanejo vindo do churrasco que acontece no play do meu prédio)
Ele estaria apaixonado por mim
e eu iria corresponder. 
Receberíamos 2 estrelas pela crítica,
mas faríamos adolescentes suspirarem 
e indagarem 
"Por que não eu?"
encarando a tela preta,
apaixonadas pela história narrada em uma hora e meia,
produzida com a melhor luz,
falas decoradas, 
e atores que não trocam olhares antes da claquete.
Afinal,
seria apenas um filme. 

Domingo, 15 de julho de 2018