Se minha vida fosse um filme
(no qual eu tivesse uma mísera participação na direção das circunstâncias
e não somente nas ações de minha personagem)
seria de comédia romântica
daquelas bem bobas.
Ele mandaria mensagem antes do nascer do sol.
Eu estaria me aprontando para o baile de formatura.
Ele desembarcaria no Tom Jobim ao som de Hometown Glory.
Nos cruzaríamos numa quarta-feira bucólica em um café
e ele me contaria por onde andou todos esses anos.
Eu seria um pouco menos desarrumada,
mais alta e teria uma melhor postura.
Ele seria atleta e mudaria o corte de cabelo,
mas continuaria sendo de exatas.
A trilha sonora seria Taylor Swift
(não o sertanejo vindo do churrasco que acontece no play do meu prédio)
Ele estaria apaixonado por mim
e eu iria corresponder.
Receberíamos 2 estrelas pela crítica,
mas faríamos adolescentes suspirarem
e indagarem
"Por que não eu?"
encarando a tela preta,
apaixonadas pela história narrada em uma hora e meia,
produzida com a melhor luz,
falas decoradas,
e atores que não trocam olhares antes da claquete.
Afinal,
seria apenas um filme.
Domingo, 15 de julho de 2018
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